Sinopse
“O Lago dos Cisnes” é o grande clássico da história da dança. As sucessivas reposições nas companhias de repertório são quase um ato purificador, idêntico àquele que levará alguns de nós, por exemplo, a regressar sempre a Bach.
Precisaremos assim tanto deste abandono aos velhos mitos e lendas, destas insistentes releituras contemporâneas, desta nova e ousada lógica teatral? Claro que sim, uma vez que dela depende absolutamente a sobrevivência do repertório clássico, cuja linguagem técnica deixa escassa margem a reinterpretações mais criativas, menos tradicionais. A dança clássica, alicerçada em regras rígidas e premeditadas, faz com que os seus intérpretes disponham apenas da pantomima e da técnica para encarnarem personagens psicologicamente quase unidimensionais. Ela só continuará a ser popular se trouxer até nós cisnes que nos sobrevoem, abençoando-nos como o fizeram quando Apolo nasceu, príncipes que nos alertem dos medos e nos convoquem o sonho, barões maléficos que nos desencantem dos nossos sortilégios. Mas, acima de tudo, que todos eles falem de nós e que connosco também dancem.
Rui Esteves, 2013
Estreia mundial
CNB, Lisboa, Teatro Camões,
14 de fevereiro de 2013
Ficha Técnica
Fernando Duarte | Coreografia |
Edgar Pêra | Filme |
P.I.Tchaikovski | Música |
José António Tenente | Figurinos |
Nuno Meira | Desenho de luz |
Orquestra Sinfónica Portuguesa | Interpretação Musical |
Pedro Neves | Direção Musical |
Artistas da CNB | Interpretação |