Nova criação de Paulo Riibeiro e Hans van Manen na temporada da CNB

Uma nova criação de Paulo Ribeiro, peças de Hans van Manen, o Ballet Nacional da Croácia e o clássico “Quebra Nozes” fazem parte da temporada 2019/2020 da Companhia Nacional de Bailado (CNB), desenhada por Sofia Campos, diretora artística.

nova criação do coreógrafo e bailarino Paulo Ribeiro – que foi o antecessor de Sofia Campos na direção da CNB – irá apresentar “Le Chef D´Orquestre”, em novembro, resultado de uma coprodução com o Théâtre National de Chaillot, em França, onde a companhia nacional deverá deslocar-se em 2021, no âmbito desta colaboração.

Numa entrevista à agência Lusa, antes da divulgação pública da nova temporada, Sofia Campos sublinhou que a companhia “está a viver uma fase de transição, com novos projetos a serem testados, dando atenção a outras áreas, mas que o público deve olhar para a programação como um todo que é coerente”.

A nova temporada abre a 10 de outubro com um programa do histórico bailarino, coreógrafo e fotógrafo holandês Hans van Manen, composto por três peças: “Adagio Hammerklavier” (1973), “Short Cut” (1999) e “In the Future” (1986).

Para o Natal, no quadro do tradicional programa dedicado às crianças e às famílias, virá “O Quebra Nozes”, na versão de Mehmet Balkan, que também já foi diretor artístico da CNB, a apresentar no Teatro Camões, em Lisboa, e em Almada.

Em fevereiro será a vez do Ballet Nacional da Croácia apresentar-se em Portugal com a peça “Morte em Veneza”, inspirada no livro de Thomas Mann, com criação de Valentina Turcu.

É intenção de Sofia Campos encetar anualmente um intercâmbio com companhias de dança congéneres que venham a Portugal apresentar o seu trabalho, e que a CNB depois retribua com apresentações no estrangeiro.

No âmbito do intercâmbio deste ano, a companhia nacional portuguesa irá a Zagreb, na temporada de 2020/2021, avançou à Lusa.

Em março, está previsto um programa que a diretora considera “muito importante e especial”, porque reflete a filosofia da nova direção sobre a recuperação do património coreográfico.

“A CNB tem cerca de 200 bailados no seu repertório, mas as licenças têm um prazo, e sempre que escolhe algum apara dançar os direitos têm de ser pagos, e é preciso que alguém se desloque aqui para acompanhar uma remontagem”, explicou, acrescentando que tudo isto acarreta custos próprios.

O programa de março será a remontagem de duas peças consideradas muito importantes na História da Dança, e que serão apresentados pela primeira vez: “Chronicle”, da norte-americana Martha Graham (1894–1991), e “A Mesa Verde”, do criador alemão Kurt Jooss (1901-1979), considerada uma obra-prima coreográfica, que “não é dançada há mais de 30 anos”.

Para o Dia Mundial da Dança, 29 de abril, está previsto um programa especial de várias atividades, no seguimento do que Sofia Campos já desenvolveu este ano, no âmbito da efeméride, e que passa por visitas guiadas aos bastidores do Teatro Camões, com a possibilidade de se assistir a ensaios dos bailarinos.

“Este ano, fizemos pela primeira vez desta forma, abrimos as portas e recebemos mais de 1.500 pessoas, muitas crianças e famílias”, apontou.

Este programa vai coincidir com a estreia de duas novas coreografias de bailarinos da CNB, num projeto que já vem de outros anos, “com o objetivo de incentivar a criação”.

Miguel Ramalho e a dupla Xabier Carmo e Henriette Ventura serão os bailarinos/coreógrafos a apresentar peças que estão ainda em construção.

“Esta presença da coreografia nacional também é muito importante para a CNB. É preciso incentivar novos valores criativos na área da dança”, disse à Lusa.

Em maio, será a vez de a coreógrafa portuguesa Clara Andermatt apresentar “O Canto do Cisne” (2004), numa remontagem da coreografia que Sofia Campos pediu à criadora para “revisitar”, e que será uma estreia no repertório da CNB.

Junho trará o clássico “La Bayadére”, de Fernando Duarte, uma história de amores, traições e desencontros que teve estreia em dezembro de 2016, no Teatro Camões.

A partir de julho, a CNB terá a sua atividade centrada no Festival ao Largo, em Lisboa.

A companhia nacional conta também circular, nomeadamente no início de 2020, levando, a 31 de janeiro, o programa sobre o trabalho do coreógrafo Hans van Manen a Liége, na Bélgica, onde fará o espetáculo de abertura do Festival Pays de Danses.

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