Programa desenvolvido em parceria entre os Estúdios Victor Córdon (CNB) e escolas de dança a nível nacional, no sentido de proporcionar aos bailarinos uma experiência de criação, fruto do trabalho realizado com coreógrafos estabelecidos em companhias europeias.

Depois de quatro semanas em residência nos Estúdios Victor Córdon, chegou o momento mais aguardado, a apresentação final da edição deste ano. Do espetáculo fazem parte o filme Território Paralelo, de Marco Arantes seguido de duas novas coreografias em estreia absoluta de Douglas Lee e Filipe Portugal. No final há ainda lugar à apresentação de cada um dos jovens bailarinos participantes.


TERRITÓRIO PARALELO
um filme de Marco Arantes

Um estúdio, dois coreógrafos e doze jovens bailarinos de escolas de dança de diferentes pontos do país. Este é, em suma, o que define o projeto Território dos Estúdios Victor Córdon. Este foi o ponto de partida para o trabalho que fui convidado a desenvolver. Perante o desafio da realização de um filme com o objetivo de fazer parte integrante da apresentação das duas coreografias, surgiu a necessidade de proteger o trabalho artístico que ali estava a ser desenvolvido, não o revelando demasiado. Assim, optei por uma abordagem que se foca em aspectos paralelos, mas não menos interessantes, nomeadamente as relações de trabalho entre os jovens bailarinos no início de um processo criativo, no reconhecimento do espaço, do grupo, na compreensão de novas linguagens, de novos movimentos estéticos que decorrem durante a construção do material coreográfico, naquela que será, talvez, a primeira experiência profissionalizante das vidas destes doze jovens bailarinos.

Marco Arantes

Território da Dança
Território. Um programa especial de desenvolvimento artístico profissional.
O território que se expande para além do palco e influencia o espetáculo, começa no estúdio, desde a primeira palavra, o primeiro aquecimento, até à primeira dança. Marco Arantes, no seu filme “Território Paralelo” , capta os bastidores como a essência do palco, num filme linear, onde o processo e a transmissão de saberes são subtilmente revelados. Pela lente da câmara, bailarinos e coreógrafos trabalham em conjunto para um mesmo território, o território da dança.

Bernarda Bernardo


PLAYDEAD
Douglas Lee

“Playdead” é uma nova criação para o Projecto Território, para 12 bailarinos e música de Simeon ten Holt e Ezio Bosso. O processo criativo e o “jogo” serviram de inspiração inicial em “Playdead”. A colaboração dos estudantes comigo, como coreógrafo, e os “jogos” criativos no estúdio, tornaram-se motes que associo à infância, mas que se vão alterando à medida que envelhecemos.
A qualidade leve e repetitiva da pauta minimalista lembram uma caixa de música ou o ritmo e som de um relógio, embora com um lado sombrio. As mudanças de atmosfera musical possibilitam contrastes entre secções de movimento leves e episódios misteriosos.
Os jogos de crianças, bonecas e brincadeiras, o som da caixa de música, a inocência e a simplicidade da infância, quando transportados para o mundo mais complexo e experiente dos adultos, podem tornar-se sinistros, ameaçadores ou até assustadores… Quanto mais longe estamos das memórias de infância… mais sombrias e partidas estas imagens podem tornar-se.

Douglas Lee


O NÃO EFÉMERO
Filipe Portugal


Doze bailarinos. Idades diferentes, educações diferentes, unidos por um sonho e objectivo comum: “voarem” alto, irem longe, sempre mais longe.
E são experiências de vida que se cruzam. Admirações, amizades e cumplicidades que nascem, sonhos e sorrisos que se partilham.
E é esta amálgama de vivências partilhadas que faz deste projecto algo de muito especial, algo que estes jovens guardarão, para sempre, como tendo sido o princípio da concretização do sonho maior de todos eles.
E aprendem o “forte”, mas também a “fraqueza”, sabendo que o que hoje é menos seguro, amanhã o será mais, porque esse é o desenvolvimento natural do Homem. E aprendem que devemos ser nós próprios, sem nunca perdermos a nossa individualidade, mas constituindo-nos como grupo, que crescemos, apoiando-nos mutuamente numa partilha que conduz à plena realização pessoal.
Perante o grupo, e mergulhando na alma de cada elemento numa comunhão, num dar de mãos entre coreógrafo e jovens, Filipe Portugal preenche, assim, o vazio pré-existente, o “nada”, um “nada” que se transmuta em algo de muito concreto: “O Não Efémero”.
Trabalho comum concluído, nos jovens uma certeza: o aparente  “nada” nunca o é de verdade, logo, o caminho é nunca desistir do sonho.

Teresa Santos

 

Coreografia, figurinos e luzes Douglas Lee
MúsicaIncantatie IV de Simeon Ten Holt - Interpretação: Piano Ensemble: Irene Russo, Fred Oldenburg, Sandra e Jeroen van Veen
Chopin – Preludio n.º 8, Op. 28 "The Dark Room" - de Fréderic Chopin - Intérprete: Ezio Bosso
Gluck – Una Melodia di Gluck "The Therapy Room" de Christoff Willibald Gluck, arranjo de Giovanni Sgambatti – Intérprete: Ezio Bosso
Coreografia, figurinos e luzes Filipe Portugal
MúsicaClouds – Remix de Abel Korzeniowsk
Mozart – Adagio de Arvo Pärt – Angèle Dubeau & La Pietà
November ("de Memoryhouse") de Max Richter – Angèle Dubeau & La Pietà
"Tu és a terra" de Ólafur Arnalds

Beatriz de Vilar Domingues e Gonçalves Carneiro (Artedança – Academia das Artes, Póvoa de Varzim)

Henrique Miguel Leite Ferreira (Centro de Dança do Porto, Porto)

Frederico Coelho Loureiro, Inês Adriana Ferreira Sousa e Vasco Yu Belo Prazeres Pereira (Escola Domus Dança, Porto)

Leonor Souza (Oporto Ballet School, Porto)

Magda Ribeiro Silva (Professional Ballet School of Porto, Porto)

Bárbara Andrade (Escola de Dança do Colégio da Rainha Santa Isabel, Coimbra)

Dulce Jordão Filipe, Anna Luiza Matos Nunes Victório (Conservatório Internacional de Ballet e Dança Annarella Sanchez, Leiria)

Francisco Miguel Antunes Camarneiro (Academia de Dança Contemporânea de Setúbal, Setúbal)

Maria Rafael Gomes da Silva (Escola da Companhia de Dança do Algarve, Faro)

Digressão Nacional

Teatro Municipal de Faro/Teatro das Figuras – dia 25 de julho às 21h30
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Convento São Bento da Vitória, Porto – dia 29 de julho às 16h
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